segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Saúde da População Negra

Doença falciforme, hipertensão arterial, diabete mellitus, miomas uterinos, glaucoma, deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase são doenças com maior incidência nas pessoas negras
Doença Falciforme
Descoberta há cerca de 95 anos, a doença falciforme continua sendo desconhecida da grande maioria da população. É uma doença hereditária: pode ser passada dos pais para os (as) filhos(as). Uma das características é a anemia crônica.
Uma das conseqüências da doença é o atraso da entrada na puberdade, ou seja, a primeira menstruação tende a ocorrer mais tarde do (por volta dos 16 anos de idade). Mulheres falcêmicas também apresentam gravidez de alto risco, com maiores chances de complicações na hora do parto.
Miomas Uterinos
São tumores que se formam no útero, mas que não se espalham para outras regiões do corpo e podem ocorrer em 20% das mulheres entre a primeira menstruação e a menopausa. As mulheres negras apresentam mais chances de desenvolver a doença, que pode aparecer a partir dos 25 anos de idade. Os sintomas mais comuns são perda de sangue, dores pélvicas e alterações no peso. O tratamento pode ser cirúrgico, retirando-se somente o mioma (miomectomia) ou todo o útero (histerectomia). Depois da retirada do útero, a mulher pode passar a ter ondas de calor, ressecamento da vagina, flacidez das mamas e a chance de ter osteoporose também aumenta.
Mortalidade Materna
É a morte de uma mulher durante a gravidez, parto ou durante aborto espontâneo ou provado até 42 dias após o final da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. A mortalidade materna tardia é aquela que ocorre depois dos 42 dias do parto até um ano após o fim da gravidez.
Vários fatores expõem as mulheres negras à mortalidade materna: pressão alta, falta de profissionais de saúde com capacidade de atender às especificidades da saúde da mulher negra. A taxa de mortalidade materna entre as mulheres negras é seis vezes maior do que entre as brancas.
As doenças citadas, aliadas ao descaso do poder público e às condições precárias de moradia e de vida têm agravado a saúde da população negra, cujo quadro deve mudar quando o Estado reconhecer que todos(as) têm direito à saúde, respeitando a diversidade entre povos e regiões.
Sabemos que doenças como anemia falciforme, glaucoma, hipertensão arterial, diabetes entre outras, atinge com mais freqüência a população negra, no Brasil estima-se que 3 de cada 100 pessoas em geral são portadoras de Anemia Falciforme sendo que 1 em cada 500 negros brasileiros nasce com a doença, pois a doença passa de pais para filhos, sua origem ainda é desconhecida, ela não tem cura, mais pode ser controlada, digamos que a anemia falciforme e a hipertensão entre as doenças que atingem os negros são as que têm fator biológico, mas no caso da hipertensão as condições de vida é um fator importante para seu desenvolvimento, sabemos que o acesso ao tratamento é dificultoso, remédios de uso continuo, e um hábito alimentar prejudicial complicam ainda mais a população negra, ou seja, ta mais pra problema social que biológico, isso sem falar na mortalidade precoce da população negra, mortalidade materna e infantil e o jovem negro associado aos homicídios.


Outra preocupação e o avanço do HIV, pela falta de acesso a informação e a preservativos e por incrível que pareça pelo racismo. Precisamos adotar medidas que vêem de encontro a essa população que já sofrem tanto pela discriminação e descaso, para que possamos diminuir a vulnerabilidade do negro a essas questões, políticas específicas e um tratamento diferenciado para mudar essa triste realidade.

Eliete Gutierrez - Enfermeira